segunda-feira, 27 de agosto de 2012

A MÍDIA COMO O QUARTO PODER

A mídia é considerada como o quarto poder porque ela manipula os indivíduos, forma opiniões, controla o comportamento e as atitudes da maioria da população, estes por não terem um senso critico suficiente para distinguir entre a mentira e a verdade, acreditam em tudo que lêem ou assistem. Quando o poder judiciário fracassa, quando o executivo está descansando ou quando o legislativo entra em férias, o quarto poder toma o domínio e enfrenta as situações como se tivesse todos esses poderes. Quando a imprensa é vangloriada é preciso ter medo, pois isso indica que a sociedade não vai bem. Foi o que ocorreu no governo Collor, nem a policia, nem o poder judiciário atuou nesse período, pois ambos fracassaram então a imprensa comandou tudo. O impeachment foi bom em parte, pois tirou um presidente corrupto do poder, mas a imprensa se tornou vaidosa, orgulhosa, e foi deixando o código de ética de lado, devido à competitividade das empresas jornalísticas no mundo capitalista, gerando um jornalismo superficial. O jornalismo investigativo foi substituído pelo sensacionalista, se é que alguma vez houve investigações profundas para se fazer uma noticia, já que poucas fontes são consultadas e checadas. O suborno, a manipulação, a ambição pelo dinheiro e pela fama e a falta de investigação substituíram a honestidade e o dever do jornalista para com a sociedade. Esses jornalistas passaram a distorcer a verdade em troca do seu ego, de sua realização pessoal, não se preocupando com o povo ou com a moral. E exatamente isso que o filme “O quarto poder” tenta mostrar. O repórter Max depois de perder o emprego na rede mais famosa de televisão, resolve transformar um caso de policia em um drama mídiatico. Pelo menos no final do filme a ética fala mais forte que o orgulho, Max se arrepende do que faz, e ajuda Sam, um homem trabalhador que só queria seu emprego de volta. Sam se prejudica ao atirar em seu colega de trabalho acidentalmente. Max não apenas cobriu os acontecimentos no museu, ele tentou desenvolvê-Ios. Talvez se Max não tivesse influenciado Sam a pedir uma entrevista em troca de uma criança, Sam tivesse se entregado a policia antes. A mídia foi culpada pelo suicídio de Sam e Max reconheceu isso. Talvez se a imprensa não estivesse intrometida nessa história, Sam saísse com vida. A KXBD, rede televisiva para qual Max trabalhou, julga Sam culpado, sem mesmo saber o que se passou no museu, corta as entrevistas feitas por Max com os parentes e amigos de Sam, distorc~ndo a realidade para influenciar os telespectadores a condenar Sam. Com isso desobedece ao art.7 do código de ética “o compromisso fundamental do jornalista é com a verdade dos fatos, e seu trabalho se pauta pela precisa apuração dos acontecimentos e sua correta divulgação”. Além disso, julga Sam racista por ter atirado no seu colega de cor negra e compram pessoas para falarem mal de Sam. Tudo isso para recuperar a fama da rede KXBD e aumentar sua audiência. A rede chegou ao ponto de pedir a Sam que se entregasse no momento de horário nobre. Outra questão abordada no filme é até que ponto os jornalistas podem invadir a privacidade de alguém. Afinal o art.9 do código de ética diz ser dever do jornalista “respeitar o direito à privacidade do cidadão”. No filme Max reclama com sua assistente por não ter filmado o homem baleado. Mas a KXBD vai mais além, filmando-o no hospital. É importante destacar a influência da mídia na vida das pessoas. Afinal foi o que deu inicio ao filme. Se Sam não tivesse escutado na televisão que a arma faz as pessoas falarem, ele não teria trazido a arma para convencer a dona do museu a dar-lhe o emprego de volta, e assim nem ele, nem o colega estariam mortos. E incrível como a mídia administra as mentes dos alienados, levandoos a cometer atos violentos, como aconteceu na segunda guerra mundial com Hitler. A mídia também pode influenciar de maneira positiva, mas isso é feito em uma menor porcentagem. O quarto poder prefere continuar intervindo nos atos dos indivíduos, dizendo o que devem fazer e como agir em cada situação, afinal se não fosse esse instrumento de alienação, a mídia não estaria no poder, e o trono do quarto poder seria passado para o povo.

Lízia Sena

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